quarta-feira, 2 de abril de 2014

AS PERFORMANCES AO VIVO NO FESTIVAL KINO BEAT

Uma das propostas do Kino Beat é desmistificar a ideia da Música Eletrônica como uma “música de festa”, “música para se ouvir em festa”. Todas as apresentações do Festival acontecem no Teatro do SESC, onde o público pode curtir as atrações no conforto de um teatro, trazendo assim uma proposta poucas vezes vista na cidade.

Além disso, é importante ressaltar o quanto o fato das performances serem ao vivo influenciam no resultado final dos concertos. Influências de público e do ambiente transformam a apresentação em um momento único, ímpar.

Um dos grandes exemplos dessa ideia é Fernando Velázquez. Usando algoritmos generativos e técnicas de improvisação audiovisual em tempo real, ele cria a sua performance do projeto Mindscapes. A ideia é especular sobre tudo o que influencia no modo em como vemos o mundo, construímos o conhecimento e articulamos memórias.

Para entender melhor, dá só uma olhada no vídeo:

Festival Multiplicidade_02_2013 from Festival Multiplicidade on Vimeo.

Matheus Leston, da Orquestra Vermelha, acredita que  “algumas variações e decisões são feitas ao vivo e podem mudar a cada apresentação”. Ele ainda lembra que o seu show possui sim uma estrutura pré-concebida, já que “existe uma progressão, uma espécie de história que é contada, musical e visual”, afirma.

Por outro lado, Leston ainda lembra que a abertura para a improvisação e inspirações ao vivo pode parecer um tanto engessada, uma vez que a sua interação é feita com imagens já previamente editadas. Mas na hora da sua composição, ela teve um papel fundamental: “Os músicos, quando foram gravar suas participações, tocaram livremente, improvisando sobre as bases que eu havia criado. Essas gravações depois foram editadas. Ou seja, há uma inversão, pois há improviso, mas não é ao vivo”, lembra.

Outro ponto trazido pelo curador do Festival, Gabriel Cevallos, é o fato de que ao vivo (e sentado) a imersão do público é maior. “Pelo conforto de se estar sentando, a concentração e foco nos detalhes é diferente, é mais cerebral do que visceral, tem menos dispersão do que se fosse em uma festa”, lembra. “É um momento que pode-se ousar mais, pois não tem a necessidade da dança, dos deslocamentos, então são atrações mais sensoriais”, completa.

Partindo dessas crenças, o Kino te convida a conferir de perto – ao vivo e a cores – toda a nossa programação, que rola entre os dias 26 e 27 de abril. Para mais informações sobre o Festival, clique aqui.

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