quinta-feira, 3 de abril de 2014

DO RUÍDO (NOISE) À MÚSICA ELETRÔNICA ATUAL


A música como conhecemos é um privilégio dos dias atuais. Nossos ouvidos podem reconhecer milhares de sons diferentes e combiná-los de forma harmônica. A variedade de sonoridades aumentou gradativamente com a industrialização – e o mundo nem sempre foi um lugar tão barulhento. 

L'arte dei rumori (A Arte dos Ruídos) foi escrito por Luigi Russolo, em 1913, e fala exatamente sobre isso. De acordo com o italiano, os primeiros ruídos surgiram no século XIX, com o surgimento da máquinas industriais. Antes disso, o mundo era quieto – não silencioso. O som que pontuava a terra vinha de atividades naturais como a chuva e cachoeiras, mas não era prolongado, constante ou variado. 
Russolo atribui a evolução musical à multiplicação de máquinas. A música caminha para uma polifonia mais complicada à medida que a variedade de timbres e tons crescem – o que encorajava os músicos à criação. 

Artistas experimentais como John Cage e Pierre Henry consideram Russolo o precursor da música eletrônica contemporânea. E para provar sua própria teoria, Russolo construiu os instrumentos para a sua orquestra, Intonarumori.

A partir do estudo A Arte do Ruídos, a música passou a ser vista e pensada de maneira diferente. Russolo sugeriu que o homem moderno tem grande capacidade de apreciar sons mais complexos. E ele estava certo. 

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