segunda-feira, 22 de junho de 2015
quinta-feira, 4 de setembro de 2014
Estréia Kino Beat_ensaios
O Festival Kino Beat em parceria com o Translab abre um espaço permanente de investigação e estudos sobre som, imagem e tecnologia. Entre as edições do Festival os Ensaios servirão para experimentar possibilidades criativas e aprender novos recursos. Para profissionais, entusiastas e curiosos.
Programação:
16h- Reflexões e críticas da arte digital e seus desafios como dispositivo de inovação social. // Palestra com a curadora, crítica de arte e diretora do Paço das Artes de São Paulo, Daniela Bousso.
18h - O DJ Leo Felipe apresenta sua pesquisa em free & spiritual jazz, focando em artistas como Sun Ra, Pharoah Sanders, Albert Ayler, Mingus & Trane, Eric Dolphy, Carla Bley, Ornette Coleman, entre outros
19h- Carina Levitan & Trio em conjunto com a Cartel Graphics. A partir de uma livre interpretação visual das músicas de Carina, a Cartel Graphics criou vídeos que serão projetados com trilha ao vivo de Carina & Trio. Usando técnicas como animação 3D, stop motion, fotografia e ilustração, os vídeos retratam um universo bem humorado de psicodelia pop .
Carina Levitan & Trio executam as músicas que inspiraram os vídeos, tendo agora as imagens como inspiração para os músicos improvisarem.
Tambor de fita crepe, brinquedos, butijão de gás, theremin, kazoo caseiro, cacarecos e experimentos eletrônicos diversos compõe o palco junto com instrumentos ditos convencionais.
A Cartel Graphics é um estúdio de motion e arte situado em Porto Alegre que vem realizando e colaborando com diversos projetos artísticos e exposições ao redor do mundo, envolvendo música, cinema e teatro. Além de oferecer soluções criativas para agências, produtoras e canais de TV.
Motion designers:
Celso dos Santos Junior
Ronaldo Sabin
Sandré Sarreta
http://
Carina Levitan compõe com voz e violão e constrói variados instrumentos musicais e esculturas sonoras com objetos não convencionais e do cotidiano. Interessada por experimentar a sonoridade de diversos objetos, materiais e aparelhos eletrônicos, trabalha com trilha sonora para audiovisual, performances e instalações.
www.carinalevitan.com
Músicos:
Carina Levitan (voz e violão + maleta)
Daniel Almaoe (percussão e voz + cacarecos)
Carlos Ferreira (guitarra e efeitos + theremin)
participação especial: Cláudio Levitantan (banjo-bandolim)
Casa Dulpan146 - Rua Professor Duplan, 146 - Bairro Rio Branco
Entrada gratuita
A partir das 16h
segunda-feira, 16 de junho de 2014
Mostra ArteSônica em Belo Horizonte
A Mostra que acontece em Belo Horizonte entre os dias 18 e 22 de junho é parceiro do Festival Kino Beat desde sua primeira edição e tem como um dos seus curadores o curador do Kino Beat Gabriel Cevallos. Fica o convite para quem estiver na cidade, toda a programação é gratuita.
quarta-feira, 14 de maio de 2014
domingo, 11 de maio de 2014
Fotos do Festival Kino Beat no Teatro do SESC
DJ Landosystem
Diego Abelardo
Orquestra Vermelha
Mais fotos do primeiro dia do Festival
DJ Kahara
OPALA
Fernando Velazquez
Mais fotos do segundo dia do Festival
segunda-feira, 28 de abril de 2014
Set Warm Up DJ Kahara
Set gravado pelo DJ Kahara na segunda noite do Festival Kino Beat, dia 27 de abril no café do Teatro do SESC Porto Alegre.
domingo, 27 de abril de 2014
SEGUNDA NOITE DO KINO BEAT ACONTECE HOJE
A noite de hoje
segue com programação do Festival Kino Beat. A partir das 18h, o duo Opala sobe
ao palco, seguido de Mindscapes, projeto de Fernando Velázquez.
17h abertura com o DJ Lucio Kahara no Café Sesc
18h - Abertura do Teatro
Opala (RJ)
Duo de indie-pop-eletrônico formado pelo produtor musical Lucas de Paiva e a cantora e compositora Maria Luiza Jobim, filha do maestro Tom Jobim. Por influência de Vangelis, The Knife, XX, e pela sutileza da cultura nipônica, brota a musicalidade da dupla, alternando climas etéreos e descontração em suas composições. Participação de Fernando Velazquez coordenando os visuais da apresentação.
Fernando Velazquez apresenta Mindscapes (Uruguai/SP)
Performance audiovisual executada pelo uruguaio Fernando Velazquez. Explora a ideia de paisagem relacionada a atividade cerebral, ao pensamento e ao imaginário. A pesquisa recorre a algoritmos generativos e técnicas de improvisação audiovisual em tempo real, especulando esteticamente as relações entre os dispositivos que nos influenciam o modo como percebemos o mundo, construímos o conhecimento e articulamos memórias.
Serviço:
27/04 (18h)
Local: Teatro do SESC (Avenida Alberto Bins, 665 – Centro).
Os ingressos serão distribuídos 1 hora antes das apresentações na bilheteria do Teatro do SESC (Avenida Alberto Bins, 665 – Centro).
Duo de indie-pop-eletrônico formado pelo produtor musical Lucas de Paiva e a cantora e compositora Maria Luiza Jobim, filha do maestro Tom Jobim. Por influência de Vangelis, The Knife, XX, e pela sutileza da cultura nipônica, brota a musicalidade da dupla, alternando climas etéreos e descontração em suas composições. Participação de Fernando Velazquez coordenando os visuais da apresentação.
Fernando Velazquez apresenta Mindscapes (Uruguai/SP)
Performance audiovisual executada pelo uruguaio Fernando Velazquez. Explora a ideia de paisagem relacionada a atividade cerebral, ao pensamento e ao imaginário. A pesquisa recorre a algoritmos generativos e técnicas de improvisação audiovisual em tempo real, especulando esteticamente as relações entre os dispositivos que nos influenciam o modo como percebemos o mundo, construímos o conhecimento e articulamos memórias.
Serviço:
27/04 (18h)
Local: Teatro do SESC (Avenida Alberto Bins, 665 – Centro).
Os ingressos serão distribuídos 1 hora antes das apresentações na bilheteria do Teatro do SESC (Avenida Alberto Bins, 665 – Centro).
Telefones: (51) 3284-2070 (51) 3284-2007
obs. Não será permitida a entrada após o início das apresentacões.
sábado, 26 de abril de 2014
É HOJE - ESTREIA FESTIVAL KINO BEAT
A partir das 19h de hoje, o Festival Kino Beat tem a sua estreia oficial. No palco, Diego Abelardo, de Porto Alegre, apresentando a sua Agnostic Orchestra, seguido de Matheus Leston e a sua Orquestra Vermelha.
sexta-feira, 25 de abril de 2014
PRIMEIRA EDIÇÃO DO FESTIVAL KINO BEAT ESTREIA AMANHÃ
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Ilustração de Diego Abelardo, uma das atrações da primeira noite do Festival |
A partir das 18h, o DJ Landosystem faz o Warm Up no Café Sesc. Após, Diego Abelardo apresenta a sua Agnostic Orchestra, seguido da Orquestra Vermelha de Matheus Leston.
Para conferir informações sobre ingresso e sobre as atrações, clique aqui.
quarta-feira, 23 de abril de 2014
CRONOGRAMA FESTIVAL KINO BEAT
Sábado 26/04 – 19h
Abertura à partir das 18h com o DJ Landosystem no Café Sesc.
Diego Abelardo apresenta Agnostic Orchestra (POA)
Músico, cantor e poeta. Executa pela primeira vez ao vivo seu trabalho autoral, fruto de uma experimentação teimosa entre instrumentos e samples, num processo eletroacústico de arranjos e mixagem que demorou 8 anos para ser concluído.
Orquestra Vermelha (SP)
A Orquestra Vermelha criação do artista multimídia Matheus Leston investiga as contradições entre virtuosismo e música eletrônica, gravação e ao vivo, presença e ausência, música e imagem. A orquestra é, na verdade, um quinteto, mas apenas um dos músicos está no palco. Os outros são sombras, exibidas em tamanho real em grandes telas.
Domingo 27/04 – 18h
Abertura a partir das 17h com o DJ Lucio Kahara no Café Sesc.
Opala (RJ)
Duo de indie-pop-eletrônico formado pelo produtor musical Lucas de Paiva e a cantora e compositora Maria Luiza Jobim, filha do maestro Tom Jobim. Por influência de Vangelis, The Knife, XX, e pela sutileza da cultura nipônica, brota a musicalidade da dupla, alternando climas etéreos e descontração em suas composições. Participação de Fernando Velazquez coordenando os visuais da apresentação.
Fernando Velazquez apresenta Mindscapes (Uruguai/SP)
Performance audiovisual executada pelo uruguaio Fernando Velazquez. Explora a ideia de paisagem relacionada a atividade cerebral, ao pensamento e ao imaginário. A pesquisa recorre a algoritmos generativos e técnicas de improvisação audiovisual em tempo real, especulando esteticamente as relações entre os dispositivos que nos influenciam o modo como percebemos o mundo, construímos o conhecimento e articulamos memórias.
Serviço:
Quando: 26/04 (das 19h) e 27/04 (18h)
Quando: 26/04 (das 19h) e 27/04 (18h)
Local: Teatro do SESC (Avenida Alberto Bins, 665 – Centro).
Os ingressos serão distribuídos gratuitamente, de 22 a 25 de abril retirada somente para comerciários. Público em geral 1 hora antes das apresentações na bilheteria do Teatro do SESC (Avenida Alberto Bins, 665 – Centro). Telefones: (51) 3284-2070 (51) 3284-2007
Programação:
Sábado, 19h
Diego Abelardo e a sua Agnostic Orchestra
Orquestra Vermelha
Domingo, 18h
Opala
Fernando Velázquez
terça-feira, 22 de abril de 2014
A TECNOLOGIA NO PROCESSO CRIATIVO
Quando ouvimos falar em inovação, é comum pensarmos em artefatos tecnológicos, e uma infinidade de gadgets que surgem a todo estante. No entanto, a inovação também está associada a processos de criação que refletem na forma como artistas desenvolvem sua arte. O Curador do projeto Kino Beat Gabriel Cevallos, conversou com o arquiteto e artista Bruno Borne sobre estes processos criativos que englobam novas metodologias.
A atual cena contemporânea entre arte e tecnologia oferece amplas oportunidades para artistas refletirem sobre esses novos desafios, sobre os novos processos de trabalho. Para Bruno o fator decisivo para o seu processo criativo está na relação com o espaço (local) em que se irá trabalhar, para criar uma adequação tecnológica.
“Os conceitos determinantes de trabalho são a relação do espaço para expor, a chamada site-specific e a utilização de reflexões e espelhamentos. Já que tecnologia também exige uma sistematização da produção, que precisa ter etapas bem definidas de trabalho e bastante pesquisa. Ela possibilita que eu realize sozinho, tarefas que precisariam de grandes equipes de profissionais e muitas horas de trabalho. Ao mesmo tempo, ela também limita algumas escolhas que dependem de padrões de software ou hardware. A medida que tenho exposto cada vez mais também percebo que a tecnologia também tem um lado "dramático" até pela sua complexidade e certa "precariedade" dos objetos tecnológicos. A luz pode faltar/ou desligar, projetores queimam, computadores travam, tudo isso ameaça o trabalho que simplesmente deixa de existir quando estes problemas acontecem.” , completa Bruno.
Para concluir o curso em Artes Visuais, o artista trabalhou com o tema “A imagem é sempre virtual” no qual aborda a virtualidade das imagens. O artista fez alusão a uma característica dos espelhos convexos, que sempre produzem imagens virtuais, segundos conceitos da física. E este é o ponto central dos trabalhos de Bruno, que relaciona o real e o virtual de forma em que ambos se tornem convergentes.
“A palavra virtual é uma palavra que é relacionada com a criação, com o que não existe mas que é possível de existir ou de se imaginar. Portanto, vejo que toda a criação artística, poética ou ficcional em essência lida com a virtualidade. Ao mesmo tempo, também acho que a virtualização é um processo que é muito intenso na nossa vida contemporânea, então tratar dela é discursar sobre um tema que está muito presente em nossas vidas”.
Por ter formação em arquitetura e gosto por computação gráfica , Bruno utiliza dessas ferramentas para os seus processos criativos, no qual são sempre experimentadas em modelos 3D, mas mesmo optando por ferramentas digitais Bruno não se considera um artista digital e sim um artista contemporâneo.
http://cargocollective.com/brunoborne

Quando: 26/04 (das 19h) e 27/04 (18h)
Local: Teatro do SESC (Avenida Alberto Bins, 665 – Centro).
Os ingressos serão distribuídos gratuitamente, de 22 a 25 de abril retirada somente para comerciários. Público em geral 1 hora antes das apresentações na bilheteria do Teatro do SESC (Avenida Alberto Bins, 665 – Centro). Telefones: (51) 3284-2070 (51) 3284-2007
Programação:
Sábado, 19h:
Diego Abelardo e a sua Agnostic Orchestra
Orquestra Vermelha
Domingo, 18h:
Opala
Fernando Velázquez
Os ingressos serão distribuídos gratuitamente, de 22 a 25 de abril retirada somente para comerciários. Público em geral 1 hora antes das apresentações na bilheteria do Teatro do SESC (Avenida Alberto Bins, 665 – Centro). Telefones: (51) 3284-2070 (51) 3284-2007
Programação:
Sábado, 19h:
Diego Abelardo e a sua Agnostic Orchestra
Orquestra Vermelha
Domingo, 18h:
Opala
Fernando Velázquez
segunda-feira, 21 de abril de 2014
A MÚSICA ELETRÔNICA NAS INSTITUIÇÕES E A CONSTRUÇÃO DE UM NOVO PÚBLICO
O curador do projeto Kino Beat Gabriel Cevallos, conversou com Marcos Guzman produtor e curador do Green Sunset, sobre a música eletrônica nas instituições e a construção de um novo público. A Green Sunset é uma festa mensal que une música e arte no Museu da Imagem e do Som (MIS) em São Paulo.
Para Marcos, que começou a se relacionar com a música eletrônica em museus e espaços como o SESC-SP entre outros no ano 2000, o objetivo da disseminação eletrônica é trazer um som independente e desmistificar o batidão reto e acelerado.
“Ativar e requalificar através desses eventos os espaços públicos da cidade, evidenciar a melodia, harmonia, e construções inusitadas para aproximar e elevar a música eletrônica ao mesmo status de arte contemporânea”, completa Guzman.
E isto se torna evidente com a grande aceitação do público com as edições do Green Sunset, criado há quatro anos por Marcos e que teve um impulso do atual gestor do MIS, André Strum que apostou no evento trazendo mais estrutura e tornando-o mensal.
“André é um profissional visionário que consolidou o projeto que serviu de inspiração e modelo para uma serie de grupos e coletivos que replicaram o evento”, afirma o curador do projeto.
Por São Paulo ser uma grande metrópole mundial, que abraça e concede vários eventos alternativos, para Marcos toda vez que se cria algo novo a aceitação vem aos poucos.
“É uma construção lenta, tijolo por tijolo, acho que é assim que deve ser, pois hoje é melhor que há 10 anos atrás, que já era melhor que há 15 anos e assim seguiremos evoluindo ”, completa.
Para Marcos, que começou a se relacionar com a música eletrônica em museus e espaços como o SESC-SP entre outros no ano 2000, o objetivo da disseminação eletrônica é trazer um som independente e desmistificar o batidão reto e acelerado.
“Ativar e requalificar através desses eventos os espaços públicos da cidade, evidenciar a melodia, harmonia, e construções inusitadas para aproximar e elevar a música eletrônica ao mesmo status de arte contemporânea”, completa Guzman.
E isto se torna evidente com a grande aceitação do público com as edições do Green Sunset, criado há quatro anos por Marcos e que teve um impulso do atual gestor do MIS, André Strum que apostou no evento trazendo mais estrutura e tornando-o mensal.
“André é um profissional visionário que consolidou o projeto que serviu de inspiração e modelo para uma serie de grupos e coletivos que replicaram o evento”, afirma o curador do projeto.
Por São Paulo ser uma grande metrópole mundial, que abraça e concede vários eventos alternativos, para Marcos toda vez que se cria algo novo a aceitação vem aos poucos.
“É uma construção lenta, tijolo por tijolo, acho que é assim que deve ser, pois hoje é melhor que há 10 anos atrás, que já era melhor que há 15 anos e assim seguiremos evoluindo ”, completa.
sábado, 19 de abril de 2014
COMO RETIRAR O SEU INGRESSO PARA A PRIMEIRA EDIÇÃO DO KINO BEAT
Se você já está se preparando para o Kino Beat, fique de olho em como retirar o seu ingresso! Não esqueça que eles serão distribuídos gratuitamente, do dia 22 a 25 de abril somente para comerciários, na bilheteria do Teatro do SESC (Avenida Alberto Bins, 665 – Centro). Para o público geral, eles estarão disponíveis nos dias do evento, 1h antes das apresentações.
Lotação: 250 pessoas.
Sábado, dia 26 de abril
A partir das 18h, o Café SESC abre para um warm-up com o DJ Landosystem.
Domingo, dia 27 de abril
A partir das 17h o Café Sesc abre, dessa vez para um warm-up com o DJ Kahara.
Nos vemos por lá?
Lotação: 250 pessoas.
Sábado, dia 26 de abril
A partir das 18h, o Café SESC abre para um warm-up com o DJ Landosystem.
Domingo, dia 27 de abril
A partir das 17h o Café Sesc abre, dessa vez para um warm-up com o DJ Kahara.
Nos vemos por lá?
sexta-feira, 18 de abril de 2014
quinta-feira, 17 de abril de 2014
WARM UP: 5 TRABALHOS QUE VOCÊ VAI VER E OUVIR NO FESTIVAL KINO BEAT
A primeira edição do Festival Kino Beat acontece nos dias 26 e 27 de abril, no Teatro do SESC, em Porto Alegre. É um evento de música contemporânea e performances audiovisuais multimídia.
O que você vai ouvir por lá? Para os curiosos, aqui vai um aquecimento com as atrações. Depois é só curtir ao vivo:
Orquestra Vermelha, de Matheus Leston. Veja o making of com Eddu Ferreira e Gustavo Boni
Fernando Velázquez com o projeto Mindscapes
O duo carioca Opala Para baixar o EP completo, clique aqui. (é de graça)
Diego Abelardo apresenta Agnostic Orchestra Vol. 1 - Fragmentos do 8:
O que você vai ouvir por lá? Para os curiosos, aqui vai um aquecimento com as atrações. Depois é só curtir ao vivo:
Orquestra Vermelha, de Matheus Leston. Veja o making of com Eddu Ferreira e Gustavo Boni
Fernando Velázquez com o projeto Mindscapes
O duo carioca Opala Para baixar o EP completo, clique aqui. (é de graça)
Diego Abelardo apresenta Agnostic Orchestra Vol. 1 - Fragmentos do 8:
terça-feira, 15 de abril de 2014
O QUE MOVIMENTA A OPALA

Maria Luiza Jobim carrega o sobrenome do pai, o maestro Tom e toda a sua musicalidade. Com influencias do jazz, rock e musica eletrônica a carioca criou sua própria identidade e juntamente com Lucas de Paiva criou um duo inidie-pop-eletrônico, a OPALA, que traz elementos novos provocados principalmente pelo seu vocal.
Com influências de Nite Jewel, The Knife, Jai Paul e pela cultura nipônica, o primeiro EP homônimo, foi gravado na casa de ambos e possui cinco faixas. Absence To Excess é umas delas e abre o EP com batidas marcadas que convergem entre o minimalismo e o dançante.
Lucas de Paiva costuma trabalhar com artistas da nova cena musical, como SILVA e Mahmundi, sofisticando eletrônicamente suas sonoridades. O trabalho da dulpa segue nessa linha que está desbravando a nova cena da música eletrônica do Rio de Janeiro.
Confira as entrevistas que a dupla concedeu para os sites Dont Touch My Moleskine, Rock In Press, TPM e Noize.
Conheça um pouco do trabalho da OPALA aqui.
segunda-feira, 14 de abril de 2014
TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O KINO BEAT
Quando acontece?
O Kino Beat acontece nos dias 26 (sábado) e 27 (domingo) de abril de 2014. No primeiro dia, a abertura do Teatro é a partir das 19h, com distribuição de ingressos uma hora antes. Já no domingo, a função acontece um pouquinho mais cedo, abrindo para os ingressos as 17h, e para as atrações às 18h.
Onde?
O Kino rola no Teatro do SESC (Avenida Alberto Bins, 665 – Centro).
Quanto?
Totalmente gratuito!
Como eu retiro meu ingresso?
Os ingressos serão distribuídos gratuitamente, de 22 a 25 de abril retirada somente para comerciários. Público em geral 1 hora antes das apresentações na bilheteria do Teatro do SESC (Avenida Alberto Bins, 665 – Centro). Telefones: (51) 3284-2070 (51) 3284-2007
Quem vai tocar?
No sábado quem sobe ao palco do Teatro é Diego Abelardo e a sua Agnostic Orchestra, seguido da Orquestra Vermelha. Já no domingo, o som fica por conta do duo Opala e de Fernando Velázquez.
DIEGO ABELARDO APRESENTA O PROJETO AGNOSTIC ORCHESTRA NO FESTIVAL KINO BEAT
O projeto Agnostic Orchestra Vol. 1 – Fragmentos do 8, de Diego
Aberlardo, mistura samples e instrumentos em uma contradição de estudo e
experimentação - que levou oito anos para ser concluído. O resultado é complexo.
“A música
eletrônica acrescenta muito na criatividade e possibilita recursos infinitos
para a criação de qualquer gênero musical,
mas ainda é preciso um ser humano para controlar a máquina, e isso faz
toda a diferença no resultado final. Digo que valorizo quem faz, não como faz“, comenta Abelardo.
Para entender melhor, confira nossa entrevista. E prepare-se
para o Festival Kino Beat.
Como surgiu a ideia
do projeto Agnostic Orchestra?
Eu já vinha experimentando sons desde 2003, calcado diretamente
na intenção de produzir instrumentais de rap; os famosos “beats”. Até 2006 já
tinha, de certa forma, compreendido a concepção de produção eletrônica neste
campo; partindo apenas de samples e loops de bateria com variações simples, sem
nenhum conhecimento musical formal, mas de total empenho na pesquisa de
sonoridade.
No mesmo ano, decidi começar a estudar música formalmente e,
consequentemente, me veio a ideia de registrar esse processo de desenvolvimento
artístico e técnico.
O nome Agnostic Orchestra veio para ilustrar - como uma
brincadeira entre orquestras religiosas e o sentido vulgar de agnosticismo ser
o meio termo da fé – onde eu, buscaria um compromisso com a musicalidade, mas
sempre mantendo o experimentalismo, que me fora a raiz inicial na música.
Quais foram as
principais inspirações para o projeto?
O álbum Coisas, do maestro Moacir Santos, onde cada música
leva o título de Coisa (com seu respectivo número), foi a inspiração principal
para eu organizar o projeto em Fragmentos. Musicalmente passo longe da
concepção do maestro, mas vejo a inspiração para além de uma fidelidade
musical.
O jazzista/pianista Sun-ra, vindo lá de Saturno, me deu
tranquilidade nos momentos em que a musicalidade parecia se perder em fluxos de
consciência através de meus improvisos pouco técnicos. A liberdade que ele teve
de se colocar como um músico de outro planeta, me incentivou a livre criação e
desenvolvimento de uma linguagem própria, mesmo que não convencional.
A pianista Carla Bley também foi de muita importância para a
composição dos fragmentos. Sua relação síntese rítmica; o minimalismo
“malandro” em seus arranjos, me sugeriram muitas ideias que se concretizaram em
Fragmentos ou não.
Madlib foi o cara que me deu a ideia da mixagem, das
texturas; das sujeiras no som. É dele que vem a experimentação e mistura de
samples com gravações próprias: O processo eletroacústico focado em timbre e
ritmo urbano contemporâneo.
O projeto enxerga a
música como uma fórmula matemática perfeita. Como o experimentalismo se encaixa
neste contexto?
Toda a música gravada é uma fórmula matemática perfeita, se
pensarmos em disco de vinil, tape ou computador – os acertos matemáticos estão
presentes.
Quando apresento cada um dos Fragmentos seguidos de um
número simples divisível por 8, não compreendo a matemática como o cerne do
trabalho, apenas relaciono a questão de organização musical de cada um desses
fragmentos, pois, pensando em teoria musical; todos os Fragmentos foram
compostos em compasso 4/4 e, a progressão de evolução e retorno harmônico se
baseia em 8 compassos que se repetem até o final; não apresento um tema
melódico que evolua para algum outro ponto – podemos dizer que os fragmentos
não saem do lugar, são redundantes sozinhos, um ciclo infinito de pequenos
motivos livres.
A experimentação se apresenta como ruptura, como intervenção
de aceitação do imperfeito nesta organização precisa do plano eletrônico.
O projeto não tem um
tema definido, fica a critério do público a interpretação. Mas no processo
criativo, o que foi levado em consideração?
Tudo que me fizesse sentido, o que me parecesse verdadeiro.
As influencias externas tiveram um papel fundamental nos 8 anos de realização.
O processo foi guiado por mudanças de espírito/temperamento,
descobertas em leituras, no cinema e, no trato com as pessoas no trabalho de
professor de música. É difícil explicar o processo criativo, pois ele não é
linear, mas posso brincar dizendo que “a natureza ama ocultar-se”.
As declamações na
música são fragmentos de uma obra pronta ou criações próprias?
Tudo, do pouco que é dito, é amostra de algum lugar. De
filme, entrevista, disco...
São coisas que apareceram durante o processo e bem se fazem
como referência direta, por exemplo:
No Fragmento 16 , o piano elétrico, que segue toda a música como
um remix, é uma amostra extraída da pianista e harpista Alice Coltrane, da
música Om Supreme, do álbum Eternity (1975). Na introdução temos alguns sons
dispersos que são do álbum Om (1965), de John Coltrane, mixados a um poema
recitado de Torquato Neto (Marcha à Revisão - terceira parte(3-PS)), que foi
extraído do extinto programa de reportagens Documento Especial: Torquato Neto,
O Anjo Torto da Tropicália – 1992. E no final
temos a fala emblemática de Walter Franco em entrevista ao programa
Provocações.
Posso dizer que me aproprio dessas amostras ou, que elas se
apropriam do que faço. Neste exemplo citado, a relação entre as personalidades
aconteceu sem uma prévia intenção, simplesmente eles se juntaram pelo processo
criativo. Em outros casos fui mais pontual, por exemplo no Fragmento 40, em que
o trecho inicial foi extraído do filme Oldboy (Chan-wook Park - 2003) e a
música se desenvolveu a partir desta amostra. No Fragmento 48 onde o trecho
final foi extraído do filme Terra em Transe (Glauber Rocha - 1967) e a música
foi concluída.
O que o Agnostic
Orchestra se propõe em apresentar para o público?
Humildemente; um espetáculo autoral poético e musical
dinâmico – intercalado entre poemas, canções e temas instrumentais. Muita coisa será improvisada, enquanto
outras; severas em seu arranjo.
O projeto traz
ineditismo nas performances ao vivo?
Toda performance é inédita, mas em relação a estrutura de
palco e interações, intervenções e intenções artísticas; não vejo nada do que
proponho como “nunca feito”, prefiro a
ideia do não convencional.
A música eletrônica abre espaço para o
experimentalismo. O que isso acrescenta ao processo criativo e ao resultado
final?
O envolvimento com a arte em geral, tendo uma intenção clara
ou confusa, é que vai definir o nível de experimentação, e seu valor no
resultado final. Vai de cada um, de cada conceito, de cada interesse com aquilo
que se faz. Podemos pensar que; o que para alguns é fracasso, para outros é um
caminho ou, talvez apenas o sinal de um caminho.
No meu caso, a música eletrônica veio como a solução dos
meus anseios criativos – do querer fazer música, mesmo sem saber – seguindo a
intuição, a experimentação, pesquisa; buscando uma sonoridade própria que
pudesse me satisfazer.
A música eletrônica acrescenta muito na criatividade e
possibilita recursos infinitos para a criação de qualquer gênero musical, mas ainda é preciso um ser humano para
controlar a máquina, e isso faz toda a diferença no resultado final. Digo que
valorizo quem faz, não como faz.
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domingo, 13 de abril de 2014
JADE GOLA FALA SOBRE AS NUANCES DA ME E O JORNALISMO ESPECIALIZADO
“É curioso como música eletrônica é um termo gigantemente vago, mas ao mesmo tempo ainda é um "guarda-chuva", um nome de gênero que significa algo bem específico.” Conversamos com o jornalista de ME, Jade Gola – curador do portal deepbeep, principal veículo sobre música eletrônica no Brasil, para saber mais sobre as nuances do gênero e entender que existe jornalismo especializado no assunto.
ME é mutável
A liberdade de experimentação que a música eletrônica carrega é invejável. Não há barreiras criativas e por este motivo é um som que se transforma constantemente. Gola explica: “A eletrônica pode ser abstrata tanto nas suas estéticas quanto na sua recepção pelos espectadores e pela mídia. A música eletrônica é um dos maiores gêneros musicais de potencial instrumental que já existiram - acho que vejo similaridade nisso só com o jazz. Então é um som pronto para ser mutável tanto nas suas formas quanto nas suas concepções.“
ME no jornalismo
E quando o assunto puxa para o lado jornalístico é preciso tanto entusiasmo quanto qualquer artista para mergulhar neste universo: “Ser jornalista de música eletrônica é muito interessante, é relatar um universo que se vive por aptidão, então é natural que haja muita paixão. E ser criativo na abordagem, na difícil arte (sim, é uma arte) de descrever sons e explicar a diferença entre uma faixa de house e outra, entre o que um DJ toca e o que ele diz tocar - muitas vezes algo que os artistas odeiam que se faça.“ Aliás, você já pensou em seguir uma carreira por esse lado? Aqui vai uma dica: “Hoje em dia cada um é jornalista de si mesmo e posta suas coisas e músicas no Facebook, com leitores. Se você for óbvio, não vai sair do zero“, comenta.
“Acredito que a Internet matou a importância da "grande imprensa" na divulgação de uma música tão carregada de intencionalidade pioneira, vanguardista. Hoje em dia você vai descobrir coisas muito mais legais onde? Na web ou na "Ilustrada" da Folha? Na web, lógico.“
ME atual
E atualmente, o que está em alta no gênero? “A rinse.fm hoje é propulsora de boa house music. Você pode inventar firulas, você pode cunhar novos tipos de som, mas uma hora não tem como você fugir das estruturas essenciais da house, o maior canône da eletrônica.“ Ao mesmo tempo que o gênero se transforma, a cobiça por alcançar o topo das paradas é constante. Mas isso não quer dizer que Gola concorde: “Espero que as sonoridades e as cenas mais criativas não mirem o mainstream, e sim que continuem pensando na força e criatividade de sua musicalidade, porque o que importa no final é se a música é boa ou não.“ Nós assentimos.
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sexta-feira, 11 de abril de 2014
AS INFLUÊNCIAS POR TRÁS DAS ATRAÇÕES DO KINO
Todo artista tem referências e para entender melhor o trabalho de cada um deles é importante saber quais são elas. Nossas atrações separaram alguns projetos que inspiram.
Espia aqui:
Fernando Velazquez indica o Labmóvel. Uma Kombi que se transforma, literalmente, em ateliê, cinema e auditório. O projeto paulista cria espaços temporários e móveis de arte. Para saber mais, aqui.
Diego Abelardo, do projeto Agnostic Orchestra: “O álbum Coisas, do maestro Moacir Santos, onde cada música leva o título de Coisa, com seu respectivo número, foi a inspiração principal para eu organizar o projeto em Fragmentos. Musicalmente passo longe da concepção do maestro, mas vejo a inspiração para além de uma fidelidade musical“, comenta em entrevista para o blog.
O japonês Ryoichi Kurokawa está entre as influências visuais e sonoras de Matheus Leston. Ao lado de Kraftwerk, Meredith Monk, Residents, Alva Noto, Ryoji Ikeda, Battles e Radiohead.
E quando se trata de música, Leston escolhe a dedo: “One Thousand Sleepless Nights (CESRV), No Better Time Than Now (Shigeto), Hesitation Marks (Nine Inch Nails), Connected (Eivind Aarset), Still Smiling (Teho Teardo & Blixa Bargeld), Mono (Pulselooper), Spaces (Nils Frahm)".
Espia aqui:
Fernando Velazquez indica o Labmóvel. Uma Kombi que se transforma, literalmente, em ateliê, cinema e auditório. O projeto paulista cria espaços temporários e móveis de arte. Para saber mais, aqui.
Diego Abelardo, do projeto Agnostic Orchestra: “O álbum Coisas, do maestro Moacir Santos, onde cada música leva o título de Coisa, com seu respectivo número, foi a inspiração principal para eu organizar o projeto em Fragmentos. Musicalmente passo longe da concepção do maestro, mas vejo a inspiração para além de uma fidelidade musical“, comenta em entrevista para o blog.
O japonês Ryoichi Kurokawa está entre as influências visuais e sonoras de Matheus Leston. Ao lado de Kraftwerk, Meredith Monk, Residents, Alva Noto, Ryoji Ikeda, Battles e Radiohead.
E quando se trata de música, Leston escolhe a dedo: “One Thousand Sleepless Nights (CESRV), No Better Time Than Now (Shigeto), Hesitation Marks (Nine Inch Nails), Connected (Eivind Aarset), Still Smiling (Teho Teardo & Blixa Bargeld), Mono (Pulselooper), Spaces (Nils Frahm)".
quinta-feira, 10 de abril de 2014
DENTRO DA CABEÇA DE FERNANDO VELÁZQUEZ
Se você pudesse dar forma para um impulso nervoso, como ele seria? Com o projeto Mindscapes, Fernando Velázquez expõe sua percepção e interpretação de mundo, guiado pelo trabalho do neurologista e escritor anglo-americano Oliver Sacks.
“Nesta série me interessa traçar analogias entre o comportamento do cérebro e a estética. Não há um interesse literal em traduzir um no outro“, explica Velázquez em entrevista ao blog.
Para compreender um pouquinho mais do que se passa na cabeça do artista, confira os vídeos abaixo:
from the mindscapes series, untitled #3 from Fernando Velazquez on Vimeo.
from the mindscapes series, untitled #04 from Fernando Velazquez on Vimeo.
quarta-feira, 9 de abril de 2014
MÚSICA ORGÂNICA X MÚSICA ELETRÔNICA: AINDA UMA DISCUSSÃO VIÁVEL?
Por Alexei Michailowsky
Doutor em Música pela UNIRIO
Com o acelerado desenvolvimento tecnológico experimentado pela indústria dos instrumentos musicais eletrônicos entre as décadas de 1960 e 1980, diversas novas possibilidades foram disponibilizadas aos usuários. E tanto nos círculos mais experimentais quanto na música pop, elas foram incorporadas e exploradas.
Dentre essas possibilidades, destacou-se o uso dos sequenciadores musicais em estúdio e nos palcos. Esses equipamentos, cujo conceito é o mesmo dos realejos do século XVIII e das pianolas popularizadas entre 1876 e 1924, já estavam presentes nos primeiros sintetizadores modulares fabricados por Robert Moog e Don Buchla e incorporaram tanto tecnologias voltadas para a integração e o gerenciamento de verdadeiros estúdios fixos ou móveis de música eletrônica compostos por múltiplos instrumentos musicais quanto de armazenamento e envio de dados. Isso se acentuou com o advento dos microprocessadores digitais e do padrão unificado MIDI. Na primeira metade dos anos 80 os sequenciadores, outrora disponíveis exclusivamente em hardware, foram transportados para os microcomputadores em versão software.
Por outro lado esses equipamentos causaram controvérsias e debates às vezes inflamados, pela quebra da relação direta entre os sons produzidos e percebidos e os gestos corporais dos músicos. Esta representa a essência do que foi consagrado como “música orgânica”: aquela que é feita por pessoas cantando ou tocando seus instrumentos em tempo real, sem intervenções de máquinas. Para os seus defensores, não importa se os instrumentos utilizados sejam acústicos, eletrificados ou mesmo eletrônicos: a interface estabelecida entre o músico e o seu instrumento deve determinar uma conexão pela qual o último evidencia-se pelas ações realizadas como uma extensão do corpo do primeiro (ou simplesmente é parte desse corpo, como no caso da voz). Nenhuma plateia tem dúvidas sobre o fato de que aquele som provém de um gesto daquele instrumentista, naquele local e naquela hora.
A música executada automaticamente por intermédio de uma máquina ou envolvendo alguma forma de reprodução sonora levou os pesquisadores acadêmicos Trevor Pinch e Karin Bijsterveld a lançar a seguinte questão: quem deve ser aplaudido numa apresentação musical onde essa situação é apresentada? Os homens ou as máquinas? Pois não raro o que as plateias testemunham, naqueles determinados local e instante, são as atuações das máquinas. Numa instalação sonora, o músico pode nem estar presente: sua participação ocorreu antes, possivelmente em outro lugar, programando e preparando o equipamento. E em certas apresentações de música eletrônica ao vivo o executante está sobre o palco, mas sua conexão com o instrumento assume uma natureza predominantemente mental e baseada na escuta. É o que podemos compreender no discurso de Dino Vicente, um importante pioneiro da música eletrônica no Brasil:
- Meu instrumento é o estúdio de música eletrônica. Ali, a junção de todos os instrumentos acaba gerando um hiper-instrumento complexo, formado por diversos aparatos (os equipamentos individuais), com vários sistemas operacionais distintos – eu procuro não implantar um sistema operacional mestre – e no instante da performance preciso dar conta desses vários sistemas... Esse hiper-instrumento foi se desenvolvendo ao longo dos anos. O trabalho nunca está acabado. Envolve sempre novas configurações e sempre, praticamente todos os dias, preciso colocar tudo funcionando. Como um agricultor, preciso plantar e colher. E nesse exercício cotidiano preciso estar sempre atento a fatores como as conexões, a disposição física de cada instrumento, a ergonomia. Eu faço parte do sistema. O Dino pilota a máquina mas a máquina também pilota o Dino e diz a ele o que deve fazer.
Por outro lado, podemos observar a preocupação da indústria de instrumentos musicais eletrônicos em desenvolver interfaces “orgânicas” para alguns de seus produtos. Após o advento do turntablismo (uma prática “orgânica” surgida a partir da subversão de uma tecnologia desenvolvida para reprodução de sons previamente gravados e que aproximou os DJs das práticas características dos instrumentistas), percebeu-se que havia espaço no mercado para novas interfaces capazes de aliar as duas perspectivas. Um exemplo está nos pads encontrados na famosa linha de samplers Akai MPC, onde o executante pode interagir com as automações sequenciadas na máquina em tempo real e disparar sons através de gestos corporais. Numa performance realizada com esses equipamentos – sendo que o hip hop e o funk carioca produziram virtuoses nos MPCs e em todos os equipamentos derivados dessa interface –estão em jogo a escuta, o domínio do sistema operacional da máquina e a destreza com uma interface destinada à execução em tempo real.
Diante do panorama colocado diante dos nossos olhos nos dias de hoje podemos então afirmar que a discussão envolvendo a música eletrônica e a música orgânica, colocando-as em polos distintos, caiu por terra. Uma não ameaça nem anula a outra. O artista pode escolher suas interfaces com seu instrumento, ou mesmo criá-las ou customizá-las, a partir de uma delas ou mesmo de ambas reunidas. E concentrar-se, bem como o seu público, no que realmente importa na arte: a expressão de conceitos e ideias.
terça-feira, 8 de abril de 2014
O QUE ACONTECE POR TRÁS DO PROJETO ORQUESTRA VERMELHA
O projeto Orquestra Vermelha, de Matheus Leston, recria um show ao vivo, no palco, apenas com gravações de som e imagem. Os instrumentos, luzes e figuras são controlados em tempo real e Leston é o único membro de uma banda completa.
Os músicos Eddu Ferreira, Gustavo Boni, Mauricio Fernandes, Paulo Braga, Richard Fermino e Sam Tiago tiveram suas participações gravadas em estúdio. Cada um ganhou a liberdade para criar e mesmo sem se conhecerem, tocam todos juntos.
Para entender melhor, veja como foi o processo no estúdio. O projeto convida o público a se questionar sobre o que é realmente música ao vivo. Vem ver:
Os músicos Eddu Ferreira, Gustavo Boni, Mauricio Fernandes, Paulo Braga, Richard Fermino e Sam Tiago tiveram suas participações gravadas em estúdio. Cada um ganhou a liberdade para criar e mesmo sem se conhecerem, tocam todos juntos.
Para entender melhor, veja como foi o processo no estúdio. O projeto convida o público a se questionar sobre o que é realmente música ao vivo. Vem ver:
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